Sem volta para casa para Messi, já que o Barcelona novamente não consegue fazer o suficiente para atraí-lo de volta
MADRI (AP) - Mais uma vez, o Barcelona não pôde fazer o suficiente para atrair Lionel Messi.
Quase dois anos depois que o clube foi forçado a deixar Messi ir contra sua vontade por causa de suas dificuldades financeiras, o Barcelona novamente perdeu a chance de trazer de volta o vencedor da Copa do Mundo.
Messi, de 35 anos, anunciou na quarta-feira que não voltaria à Espanha e, em vez disso, disse que iria se juntar ao Inter Miami na Major League Soccer.
Havia esperanças de um reencontro entre o grande argentino e o clube espanhol, onde ele prosperou por quase duas décadas antes de partir para o Paris Saint-Germain, mas no final houve apenas mais decepções para os dois lados.
Mais uma vez, as finanças do Barcelona impediram o clube de atrair Messi de volta.
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O argentino aparentemente queria voltar, mas não queria passar pelo calvário de não saber se o clube catalão poderia contratá-lo. Ele disse que foi informado de que o clube teria que vender outros jogadores ou reduzir os salários, e ele não queria que isso acontecesse.
"Eu realmente queria voltar. Fiquei muito animado por poder voltar", disse Messi à mídia espanhola. "Mas depois de ter vivido o que vivi e a saída que tive, não queria estar na mesma situação novamente, esperando para ver o que ia acontecer."
O Barcelona estava atolado em dívidas quando Messi saiu em 2021. O clube não conseguiu fazer os números funcionarem na época, pois Messi foi forçado a esperar na esperança de ter seu contrato renovado. Desta vez, Messi disse que não iria esperar pelos outros.
"Eu queria tomar minha própria decisão, pensando em mim e na minha família", disse Messi.
Nem tudo era dinheiro para Messi, que escolheu a Inter Miami apesar de ter uma oferta muito mais lucrativa da Arábia Saudita. Ele disse que queria "sair um pouco dos holofotes" e se concentrar mais em sua família depois de um "momento difícil" com o PSG, mas deixou claro que teria retornado ao Barcelona se os números tivessem funcionado.
O clube desviou a culpa, porém, dizendo que Messi decidiu ir para os Estados Unidos porque preferia uma liga menos exigente para que pudesse priorizar o tempo com sua família.
"O presidente (Joan) Laporta entendeu e respeitou a decisão de Messi de querer competir em uma liga com menos exigências, mais longe dos holofotes e da pressão a que foi submetido nos últimos anos", disse o clube em comunicado após o anúncio de Messi.
Mas Laporta novamente não pôde oferecer muito a Messi, mesmo depois de reestruturar as finanças do time. Ele usou alguns dos ativos futuros do time para renovar o time atual com jogadores como Robert Lewandowski, Raphinha e Jules Koundé, deixando pouco espaço no teto salarial para caber em Messi. Não sobraria muito espaço mesmo após as saídas dos ex-companheiros de Messi, Sergio Busquets e Jordi Alba.
Laporta disse que faria todo o possível para trazer Messi de volta, embora reconhecesse que não seria fácil. Ainda havia esperança na segunda-feira, quando o pai de Messi, Jorge, que também é seu agente, esteve no Barcelona e disse que o filho tinha o time como primeira escolha. No mesmo dia, porém, o clube foi informado de que Messi iria ingressar no Inter Miami.
O Barcelona conquistou o título da liga nesta temporada pela primeira vez desde 2019, mas ainda lutou na Liga dos Campeões e na Liga Europa. O primeiro título do time desde a saída de Messi havia sido a Supercopa da Espanha, em janeiro, quando derrotou o rival Real Madrid na final na Arábia Saudita.
O Barcelona desejou a Messi "boa sorte em sua nova fase profissional" e disse que trabalhará "para promover uma homenagem adequada dos torcedores do Barça para homenagear um jogador que foi, é e sempre será amado pelo Barça".
Messi chegou às categorias de base do Barcelona aos 13 anos e jogou em 17 temporadas de sucesso com o time principal, ajudando o clube catalão a conquistar 35 títulos, incluindo quatro Champions League, 10 ligas espanholas e sete Copa del Reys. Ele ganhou um recorde de seis prêmios Ballon d'Or com o Barcelona como o melhor jogador do mundo e continua sendo o maior artilheiro de todos os tempos do time, com 672 gols em 778 partidas.